sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Erros intoleráveis

Martha Medeiros cita Chico Bosco:

"É a conquista de uma liberdade - isto é, a conquista do erro - que possibilita o sorriso, a soltura, o improviso"
(in Doidas e Santas).

Fico pensando como isso é verdadeiro! Quantas vezes ficamos mais preocupados com aquele batom no dente (que só percebemos depois de termos rodado a festa inteira) do que com o nosso sorriso verdadeiro? Quantas vezes ficamos rígidas para não perder a pose? Quantas vezes voltamos para casa perdidas de nós mesmas porque exageramos na dose de simpatia, na ânsia de agradar os outros?
Cadê prazer? Cadê alegria?
Protocolos cansam!
Acho que é por isso que nunca me imaginei trabalhando em banco.
Aquela postura plastificada me deixa doidaaaaaaa!
Cabelos impecáveis, roupas lindas, sapatos elegantes, certamente. Mas manter aquela pose toda dá trabalho e muito pouca diversão, ao menos para mim.
Não tô dizendo que a gente deve andar maltrapilho, mas é preciso um pouco de soltura, conforto e alegria pelo amor de Deus!
Isso é só uma parte de um problema muito maior que nos atormenta: a impossibilidade do erro.
Vejo empresas que punem com demissão erros que deveriam ser orientados, esclarecidos.
A gente não quer errar, mas o erro é parte do processo da vida, do aprendizado e do desenvolvimento. Essa frase ainda é uma ilusão: é repetida porque soa politicamente correta, mas é pouco tolerada por todo mundo (começando por nós mesmos).
É por isso que precisamos - como receita de tratamento mesmo - conviver com a simplicidade, estar perto de crianças, animais e gente simples, verdadeira na expressão do que sente e livre das máscaras socialmente corretas que custam muito caro a todas (os) nós...

Nenhum comentário: