quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo!


"Desejo que você procure e encontre outras estradas confortáveis por onde andar nas tardes ensimesmadas,
aquelas em que sua alma pede serenidade e só deseja calma e contemplação para seu deleite e êxtase;

Desejo que você procure e encontre todas as flores que existirem na estrada da vida
e com elas faça um buquê de esperança e ofereça ao seu coração,
carente de realizações e reconhecimentos;

Desejo que você procure e encontre a rota certa, o norte de sua existência,
o ponto de referência onde apontar seus olhos e seguir em direção a eles,
buscando dar vida aos seus sonhos, cores aos seus dias,
luzes às suas noites de abandono e solidão;

Desejo que você procure e encontre uma pessoa especial, um ser de luz e amor,
um ente que aceite suas imperfeições, suas fraquezas, suas falhas
e lhe estenda a mão num tratado de companheirismo e fidelidade eterna;

Desejo que você procure e encontre as manhãs perdidas num tempo distante,
as mesmas manhãs de inocência, elas que nos deram alegria e hoje nos dão lembranças ternas
nesses dias confusos e extraviados de emoções;

Desejo, finalmente, que você procure e encontre você,
e converse com você, e fale à você de planos, metas, sonhos, desejos, vontades
e que esse você lhe responda que confia em você,
e que não há o que temer pois ele estará sempre com você" .

(Autor desconhecido)

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Frase do dia


"Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos".

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Um Natal sem papai noel (Fábio de Melo)


Estou preparando a minha árvore de Natal.
Quero que ela seja viva, mas não quero que seja exterior.
Eu a quero dentro de mim. Tenho medo das exterioridades. Elas nos condenam.
Ando pensando que o silêncio do interior é mais convincente que o argumento da palavra.
Quero que minha árvore seja feita de silêncios. Silêncios que façam intuir felicidade, contentamento, sorrisos sinceros.
Neste Natal não quero mandar cartões. Tenho medo de frases prontas. Elas representam obrigação sendo cumprida.
Prefiro a gratuidade do gesto, o improviso do texto, o erro de grafia e o acerto do sentimento.
A vida é mais bonita no improviso, no encontro inesperado, quando os olhares se cruzam e se encontram.
Quero que minha árvore seja feita de realidades. Neste Natal quero descansar de meus inúmeros planos.
Quero a simplicidade que me faça voltar às minhas origens.
Não quero muitas luzes. Quero apenas o direito de encontrar o caminho do presépio para que eu não perca o menino Jesus de vista. Tenho medo de que as árvores muito iluminadas me façam esquecer o dono da festa.
Não quero Papai Noel por perto. Aliás acho essa figura totalmente dispensável! Pode ficar no Polo Norte desfrutando do seu inverno. Suas roupas vermelhas e suas barbas longas não combinam com o calor que enfrentamos nessa época do ano.
Prefiro a presença dos pastores com seus presentes sinceros.
Papai Noel faz muito barulho quando chega. Ele acorda o menino Jesus, o faz chorar assustado.
Os pastores não. Eles chegam silenciosos. São discretos e não incomodam.
Os presentes que trazem nos recordam a divindade do menino que nasceu.
São presentes que nos reúnem em torno de uma felicidade única. O ouro que brilha, o incenso que perfuma o ambiente e a mirra com suas composições miraculosas.
O papai Noel chega derrubando tudo. Suas renas indisciplinadas dispersam as crianças, retiram a paz dos adultos.
Os brinquedos tão espalhafatosos retiram a tranquilidade da noite que deveria ser silenciosa e feliz.
O grande problema é que não sabemos que a felicidade mais fecunda é aquela que acontece no silêncio.
É por isso que neste Natal eu não quero muita coisa. Quero apenas o direito de recolher o pequenino menino na manjedoura... Quero acolhê-lo nos braços, cantar-lhe canções de ninar, afagar-lhe os cabelos, apertar-lhe as bochechas, trocar-lhe as fraldas para que não tenha assaduras e dizer nos seus ouvidos que ele é a razão que me faz acreditar que a noite poderá ser verdadeiramente feliz.
Neste Natal eu não quero muito. Quero apenas dividir com Maria os cuidados com o pequeno menino.
Quero cuidar dele por ela. Enquanto eu cuido dele ela pode descansar um pouquinho ao lado de José.
Ando desfrutando nos últimos dias o desejo mais intenso de que a vida vença a morte.
Talvez seja por isso que ando desejando uma árvore invisível.
O único jeito que temos de vencer a morte é descobrindo a vida nos pequenos espaços.
Assim vamos fazendo a substituição. Onde existe o desespero da morte eu coloco o sorriso da vida.
Faça o mesmo! Descubra a beleza que as dispersões deste tempo insistem em esconder. Fecha a sua chaminé.
Visita que verdadeiramente vale à pena chega é pela porta da frente. Na noite de Natal fuja dos tumultos e dos barulhos.
Descubra a felicidade silenciosa. Ela é discreta, mas existe! Eu lhe garanto!
Não tenha a ilusão de que seu Natal será triste porque será pobre. Há mais beleza na pobreza verdadeira e assumida que na riqueza disfarçada e incoerente.
O que alegra um coração humano é tão pouco que parece ser quase nada. Ouse dar o quase nada.
Não dá trabalho, nem custa muito...
E não se surpreenda, se com isso, a sua noite de Natal tornar-se inesquecível.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Deixe a alegria entrar!

A vida é...


... muito maior do que o nosso mundinho!

O que a vida quer da gente?


"O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem!"

João Guimarães Rosa

sábado, 11 de dezembro de 2010

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Caminhada


"O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher".

Cora Coralina

Mistura


Às vezes nos sentimos felizes e tristes ao mesmo tempo...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

sábado, 4 de dezembro de 2010

Frase da semana




Às vezes, aquilo que nos acorrenta é mais mental do que físico...

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A fórceps (Martha Medeiros)




Recebo o e-mail de uma amiga contando que mesmo não tendo tempo para mais nada, voltou para as aulas de dança, que está fazendo à noite. Diz ela: "Tem coisas que devemos abrir espaço a fórceps, ou corremos o risco de serem extingüidas de nossas vidas".

Fórceps, todos sabem o que é. Um instrumento que, em obstetrícia, serve para extrair o bebê do útero em caso de pouca dilatação do ventre. Falando assim, parece uma coisa agressiva, mas não é. É um "help". Se a natureza não está ajudando, o fórceps vai lá e puxa o bebê pra vida.

Pois é assim que estamos levando os dias: a fórceps. Se existe uma coisa que não se dilata espontaneamente é o tempo, ao contrário, está cada vez mais apertado, então a gente tem que tratar de extrair tudo o que a gente quer da vida na marra mesmo. Forçando um pouco. E lá vamos nós para a noite, mesmo com medo da própria sombra. Vamos jantar, vamos ao cinema, vamos ao bar, vamos à casa de amigos, vamos cantarolando dentro do carro e com os vidros bem fechados, vamos despistando as neuras e tentando estacionar bem longe das estatísticas estampadas nas páginas policiais.

E a gente promete nunca mais telefonar para quem nos faz sofrer, mas acaba telefonando, e ele atende, e implica, e a gente some, e ele chama, e a gente volta, e briga, e ama, e sofre, e ama, e ama, e ama, e desama, e termina, e quando parece que cansamos, que não há mais espaço para um novo amor, outro aparece, outro parto, começa tudo de novo, aquele ata-e-desata, o coração da gente sendo puxado pra fora.

E a gente faz mágica: vive trinta e duas horas por dia, oito dias por semana, catorze meses por ano — e com um salário microscópico. Fazemos a volta ao mundo com meio tanque de gasolina, dormimos seis horas por noite, sonhamos acordados o tempo inteiro. Bebemos um drinque com as amigas e voltamos para casa sóbrias, entramos no quarto das crianças sem acordá-las, um pássaro não seria mais leve. Lemos todos os livros do mundo nos intervalos da novela, paramos dois segundos para olhar o pôr-do-sol pela janela, telefonamos para nossa mãe ao mesmo tempo em que respondemos o e-mail de um cliente, e se alguém sorri para nós, a gente se aproxima, se arrisca e renasce nestas chances de vida. Porque senão, é da casa pro trabalho e do trabalho pra casa, deixando o tempo agir sozinho, esperando dilatações espontâneas. E, como elas não acontecem, permanecemos paralisados na vidinha mesma de sempre, lamentando o fim das nossas aulas de dança.

"DESTRALHE-SE" (Carlos Solano)


"-Bom dia, como tá a alegria"? Diz dona Francisca, minha faxineira rezadeira, que acaba de chegar.
"-Antes de dar uma benzida na casa, deixa eu te dar um abraço que preste!" e ela me apertou.
Na matemática de dona Francisca, "quatro abraços por dia dão para sobreviver; oito ajudam a nos manter vivos; 12 fazem a vida prosperar".
Falando nisso, "vida nenhuma prospera se estiver pesada e intoxicada". Já ouviu falar em toxinas da casa?
Pois são:
- objetos que você não usa,
- roupas que você não gosta ou não usa há um ano,
- coisas feias,
- coisas quebradas, lascadas ou rachadas,
- velhas cartas, bilhetes,
- plantas mortas ou doentes,
- recibos/jornais/revistas, antigos,
- remédios vencidos,
- meias velhas, furadas,
- sapatos estragados...

Ufa, que peso! "O que está fora está dentro e isso afeta a saúde", aprendi com dona Francisca. "Saúde é o que interessa. O resto não tem pressa!", ela diz, enquanto me ajuda a 'destralhar', ou liberar as tralhas da casa...
O 'destralhamento' é a forma mais rápidas de transformar a vida e ajuda as outras eventuais terapias. Com o destralhamento:
- A saúde melhora;
- A criatividade cresce;
- Os relacionamentos se aprimoram...

É comum se sentir cansado, deprimido, desanimado, em um ambiente cheio de entulho, pois "existem fios invisíveis que nos ligam à tudo aquilo que possuímos".
Outros possíveis efeitos do "acúmulo e da bagunça":
- sentir-se desorganizado;
- fracassado;
- limitado;
- aumento de peso;
- apegado ao passado...

No porão e no sótão, as tralhas viram sobrecarga; Na entrada, restringem o fluxo da vida; Empilhadas no chão, nos puxam para baixo; Acima de nós, são dores de cabeça;
"Sob a cama, poluem o sono".
"Oito horas, para trabalhar; Oito horas, para descansar; Oito horas, para se cuidar."

Perguntinhas úteis na hora de destralhar-se:
- Por que estou guardando isso?
- Será que tem a ver comigo hoje?
- O que vou sentir ao liberar isto?

...e vá fazendo pilhas separadas...
- Para doar!
- Para jogar fora!

Para destralhar mais:
- livre-se de barulhos,
- das luzes fortes,
- das cores berrantes,
- dos odores químicos,
- dos revestimentos sintéticos...

e também...
- libere mágoas,
- pare de fumar,
- diminua o uso da carne,
- termine projetos inacabados.

"Se deixas sair o que está em ti, o que deixas sair te salvará.. Se não deixas sair o que está em ti, o que não deixas sair te destruirá", Arremata o mestre Jesus, no evangelho de Tomé.
"Acumular nos dá a sensação de permanência, apesar de a vida ser impermanente", diz a sabedoria oriental. O Ocidente resiste a essa idéia e, assim, perde contato com o sagrado instante presente.

Dona Francisca me conta que "as frutas nascem azedas e no pé, vão ficando docinhas com o tempo". A gente deveria de ser assim, ela diz: "Destralhar ajuda a adocicar."

Se os sábios concordam, quem sou eu para discordar...


“Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar ”
(Dalai Lama)