tag:blogger.com,1999:blog-2605524652004885822024-03-19T02:49:36.163-03:00Crônicas, pensamentos & afinsCarlahttp://www.blogger.com/profile/03658003644611348355noreply@blogger.comBlogger367125tag:blogger.com,1999:blog-260552465200488582.post-27921662544607513232011-12-30T14:16:00.000-02:002011-12-30T14:16:00.034-02:00Ano novo!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho5xKFM77HNhz8GIp6b5SLKNBq0932i5eWuJf3W9eK5lZUZGaZxSzhuFmXfWFmeDZaItM-ILmMbnn5ceQ9ihFqJLmfZPghKh7EVmw3ziU7DjlXqSWWHD602GazYvuZJ4gjXpKGQk5y4oc/s1600/003.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="240" width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho5xKFM77HNhz8GIp6b5SLKNBq0932i5eWuJf3W9eK5lZUZGaZxSzhuFmXfWFmeDZaItM-ILmMbnn5ceQ9ihFqJLmfZPghKh7EVmw3ziU7DjlXqSWWHD602GazYvuZJ4gjXpKGQk5y4oc/s320/003.jpg" /></a></div><br />
<br />
Essas receitas de ano novo me enchem, mas a alegria e a renovação das energias e esperanças para o começo de um novo ano me entusiasmam. Ver pessoas queridas conquistando seus sonhos me alegra. Aqueles que estão mais à frente no caminho que eu também desejo trilhar me inspiram a continuar lutando e acreditando. Os exemplos de superação e coragem para lutar pela vida, independente das circunstâncias, nos inspiram, nos aquietam o coração e tranquilizam a mente. <br />
Há momentos de decisões, momentos de cultivo, de lapidação. A ilusão do controle cai por terra em certos momentos de vida, trazendo a necessidade de desapego e confiança na ação de Deus, no tempo certo para tudo. <br />
Meu 2012 será de foco, tem que ser um ano de amadurecimento intelectual, estudo, concentração, clareza mental e inspiração pra escrever. Mas também é um ano de preparação, de ajustes, de "afinar a vida a dois".<br />
Talvez você também tenha um tema mais forte para este ano... qual será? <br />
Precisamos de saúde, sempre, e todo final de ano eu agradeço a Deus de maneira especial pelo fato de estar fora de um hospital e longe de uma prisão. Porém, sabemos que há muito por fazer pelos outros, por nós mesmos, por um mundo melhor.<br />
Acho que preciso muito superar a inveja e a tendência a ser muito crítica, a julgar as pessoas e situações. Hoje me incomodo demais com esse defeito. Sei que todos temos um pouco disso, mas como faz mal! Como nos causa sofrimento, nos aprisiona, nos angustia. Então, mesmo estando longe de uma prisão, estou presa ainda a muitas tendências, digamos, destrutivas que preciso ir amadurecendo e modificando.<br />
Aquelas listas de sonhos e desejos de mudança eu gosto, acho bacana, penso que, se não funciona, ao menos colabora para que a gente pense melhor nas coisas importantes neste momento. Esta reflexão já ajuda a iniciar o ano de um jeito um pouco diferente...<br />
Enfim, somos imperfeitos, ainda bem! Somos mortais, estamos vivos, precisamos fazer a vida girar! Vamos em frente, sempre! Que estejamos abertos às novas experiências que estão por vir, que possamos contar com a ajuda das pessoas e que sejamos ajuda para as pessoas, que aprendamos um pouquinho com as nossas lutas mas, acima de tudo, que saibamos aproveitar o presente, a vida, a saúde e a alegria de estar com quem amamos!<br />
Que em 2012 o amor nos acompanhe, mesmo nos momentos de discussões e conflitos, e que, nessas horas, a "voz interior" da sabedoria esteja presente e nos conduza para as melhores decisões e atitudes.<br />
Um brinde à vida e à chance, abençoada, de viver novos dias neste mundo!Carlahttp://www.blogger.com/profile/03658003644611348355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-260552465200488582.post-10334953258293817052011-10-22T23:14:00.002-02:002011-10-22T23:14:15.870-02:00Não deixe o amor passarQuando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.<br />
<br />
Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.<br />
<br />
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.<br />
<br />
Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor.<br />
<br />
Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR.Carlahttp://www.blogger.com/profile/03658003644611348355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-260552465200488582.post-78220782729336130592011-10-22T00:45:00.000-02:002011-10-22T00:45:18.724-02:00AprendizadoOi, amigos! Estive longe por uns tempos, mas a saudade das notinhas sobre a vida me fizeram retornar!<br />
Fases introspectivas nos fazem bem. Estou assim no momento, refletindo sobre muitas coisas, procurando extrair o aprendizado necessário...<br />
É pra mudar hábitos? Então vamos lá!<br />
Uma área da vida precisa de mais carinho e atenção? Foco nela!<br />
Não vamos repetir os mesmos erros do passado, não.<br />
Acho que há momentos em que precisamos nos libertar de sentimentos que nos aprisionam, ouvir o nosso coração com cuidado, amor, respeito, dedicação. O que nossa alma pede? Do que temos medo? O que precisamos? Do que nosso/a companheiro/a precisa? O que falta? Por que falta? O que sobra? Por que sobra? <br />
O que queremos da vida, o que estamos fazendo para conseguir viver e sentir o que tanto procuramos?<br />
Perguntas que só o nosso coração sabe responder.<br />
Boa noite!<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrmLGjNrwj2sf2ljq5yAr7b9R5z0HVuvBuWohn2xafES_wCi2ljykgWMdrAjM-6md_Cb6Q9k6YZxXsjUgdoe5a-N-D5nbypUGoubW4-vURRP6en7UPgRCEk0iVs6TBM9zVGwP8Ui_DnOg/s1600/orando2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="238" width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrmLGjNrwj2sf2ljq5yAr7b9R5z0HVuvBuWohn2xafES_wCi2ljykgWMdrAjM-6md_Cb6Q9k6YZxXsjUgdoe5a-N-D5nbypUGoubW4-vURRP6en7UPgRCEk0iVs6TBM9zVGwP8Ui_DnOg/s320/orando2.jpg" /></a></div>Carlahttp://www.blogger.com/profile/03658003644611348355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-260552465200488582.post-9169786384967692962011-10-22T00:28:00.002-02:002011-10-22T00:28:13.944-02:00Chico, sempre Chico, com sua sabedoria profunda..."Quando você conseguir superar graves problemas de relacionamentos, não se detenha na lembrança dos momentos difíceis, mas na alegria de haver atravessado mais essa prova em sua vida. Quando sair de um longo tratamento de saúde, não pense no sofrimento que foi necessário enfrentar, mas na benção de Deus que permitiu a cura.<br />
Leve na sua memória, para o resto da vida, as coisas boas que surgiram nas dificuldades.<br />
Elas serão uma prova de sua capacidade, e lhe darão confiança diante de qualquer obstáculo.<br />
<br />
Uns queriam um emprego melhor;<br />
outros, só um emprego.<br />
Uns queriam uma refeição mais farta;<br />
outros, só uma refeição.<br />
Uns queriam uma vida mais amena;<br />
outros, apenas viver.<br />
Uns queriam pais mais esclarecidos;<br />
outros, ter pais.<br />
<br />
Uns queriam ter olhos claros; outros, enxergar.<br />
Uns queriam ter voz bonita; outros, falar.<br />
Uns queriam silêncio; outros, ouvir.<br />
Uns queriam sapato novo; outros, ter pés.<br />
<br />
Uns queriam um carro; outros, andar.<br />
Uns queriam o supérfluo;<br />
outros, apenas o necessário.<br />
Há dois tipos de sabedoria:<br />
a inferior e a superior.<br />
<br />
A sabedoria inferior é dada pelo quanto uma pessoa sabe e a superior é dada pelo quanto ela tem consciência de que não sabe.<br />
Tenha a sabedoria superior. Seja um eterno aprendiz na escola da vida.<br />
<br />
A sabedoria superior tolera, a inferior julga;<br />
a superior alivia, a inferior culpa;<br />
a superior perdoa, a inferior condena.<br />
Tem coisas que o coração só fala para quem sabe escutar"!<br />
<br />
Chico XavierCarlahttp://www.blogger.com/profile/03658003644611348355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-260552465200488582.post-628289009978511342011-09-27T21:39:00.000-03:002011-09-27T21:39:20.740-03:00Posso errar? - Leila Ferreira<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRWZnsucCrZbgLrMwt8x0DlW3cGiF5xTF2gKwS0UGR4XeuCvWll5SNYade7lsQxNe2dhcJj5tbofAj83201NCfYhBeuok_eI71QG0CPlT41iRbRHdNKXncdGviNFNq_gHzRe4qgXwSoDw/s1600/presa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="213" width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRWZnsucCrZbgLrMwt8x0DlW3cGiF5xTF2gKwS0UGR4XeuCvWll5SNYade7lsQxNe2dhcJj5tbofAj83201NCfYhBeuok_eI71QG0CPlT41iRbRHdNKXncdGviNFNq_gHzRe4qgXwSoDw/s320/presa.jpg" /></a></div><br />
Há pouco tempo fui obrigada a lavar meus cabelos com o xampu “errado”.<br />
Foi num hotel, onde cheguei pouco antes de fazer uma palestra e, depois<br />
de ver que tinha deixado meu xampu em casa, descobri que não havia<br />
farmácia nem shopping num raio de 10 quilômetros . A única opção era<br />
usar o dois-em-um (xampu com efeito condicionador) do kit do hotel.<br />
Opção? Maneira de dizer. Meus cabelos, superoleosos, grudam só de<br />
ouvir a palavra “condicionador”. Mas fui em frente. Apliquei o produto<br />
cautelosamente, enxaguei, fiz a escova de praxe e... surpresa!<br />
Os cabelos ficaram soltos e brilhantes — tudo aquilo que meus nove<br />
vidros de xampu “certo” que deixei em casa costumam prometer para nem sempre cumprir.<br />
Foi aí que me dei conta do quanto a gente se esforça para fazer a coisa certa, comprar o produto certo, usar a roupa certa, dizer a coisa certa — e a pergunta que não quer calar é: certa pra quem? Ou: certa por quê?<br />
O homem certo, por exemplo: existe ficção maior do que essa? Minha<br />
amiga se casou com um exemplar da espécie depois de namorá-lo sete<br />
anos. Levou um mês para descobrir que estava com o marido errado. Ele<br />
foi “certo” até colocar a aliança. O que faz surgir outra pergunta:<br />
certo até quando? Porque o certo de hoje pode se transformar no<br />
equívoco monumental de amanhã. Ou o contrário: existem homens que<br />
chegam com aquele jeito de “nada a ver”, vão ficando e, quando você se<br />
assusta, está casada — e feliz — com um deles.<br />
E as roupas? Quantos sábados você já passou num shopping procurando o vestido certo e os sapatos certos para aquele casamento chiquérrimo e, na hora de sair para a festa, você se olha no espelho e tem a sensação de que está tudo errado? As vendedoras juraram que era a escolha perfeita, mas talvez você se sentisse melhor com uma dose menor de perfeição. Eu mesma já fui para várias festas me sentindo fantasiada.<br />
Estava com a roupa “certa”, mas o que eu queria mesmo era ter ficado<br />
mais parecida comigo mesma, nem que fosse para “errar”.<br />
Outro dia fui dar uma bronca numa amiga que insiste em fumar, apesar<br />
dos problemas de saúde, e ela me respondeu: “Eu sei que está errado,<br />
mas a gente tem que fazer alguma coisa errada na vida, senão fica tudo<br />
muito sem graça. O que eu queria mesmo era trair meu marido, mas isso<br />
eu não tenho coragem. Então eu fumo”. Sem entrar no mérito da questão<br />
— da traição ou do cigarro —, concordo que viver é, eventualmente,<br />
poder escorregar ou sair do tom.<br />
O mundo está cheio de regras, que vão desde nosso guarda-roupa, passando por cosméticos e dietas, até o que<br />
vamos dizer na entrevista de emprego, o vinho que devemos pedir no<br />
restaurante, o desempenho sexual que nos torna parceiros<br />
interessantes, o restaurante que está na moda, o celular que dá<br />
status, a idade que devemos aparentar. Obedecer, ou acertar, sempre é<br />
fazer um pacto com o óbvio, renunciar ao inesperado.<br />
O filósofo Mario Sergio Cortella conta que muitas pessoas se<br />
surpreendem quando constatam que ele não sabe dirigir e tem sempre<br />
alguém que pergunta: “Como assim?! Você não dirige?!”. Com toda a<br />
calma, ele responde: “Não, eu não dirijo. Também não boto ovo, não<br />
fabrico rádios — tem um punhado de coisas que eu não faço”.<br />
Não temos que fazer tudo que esperam que a gente faça nem acertar sempre no que fazemos.<br />
Como diz Sofia, agente de viagens que adora questionar regras: “Não sou obrigada a gostar de comida japonesa, nem a ter manequim 38 e, muito menos, a achar normal uma vida sem carboidratos”.<br />
O certo ou o “certo” pode até ser bom. Mas às vezes merecemos aposentar régua e compasso.Carlahttp://www.blogger.com/profile/03658003644611348355noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-260552465200488582.post-13264350495500071712011-08-28T23:26:00.000-03:002011-08-28T23:26:19.198-03:00Aquilo que nos marca<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-VSbyXChdZ43STJdmxt6vGp8uFRJjvIasjnp21hmMjSAo-HIgVkvQeG-oRIHc9SwUC0TzHijrgarpMT6zkmx2iHpXT0TxrYSX-5eqydhWauTYvv_JCvlh9_F7WZVt6DiupkGBPEg5sN8/s1600/Sentido+da+vida.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="211" width="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-VSbyXChdZ43STJdmxt6vGp8uFRJjvIasjnp21hmMjSAo-HIgVkvQeG-oRIHc9SwUC0TzHijrgarpMT6zkmx2iHpXT0TxrYSX-5eqydhWauTYvv_JCvlh9_F7WZVt6DiupkGBPEg5sN8/s320/Sentido+da+vida.jpg" /></a></div><br />
“Há uns que nos falam e não ouvimos; <br />
há uns que nos tocam e não sentimos; <br />
há aqueles que nos ferem e <br />
nem cicatrizes deixam, mas... <br />
há aqueles que simplesmente<br />
vivem e nos marcam por toda vida”<br />
<br />
"Toda dor pode ser suportada se sobre ela puder ser contada uma história".<br />
<br />
(Hannah Arendt)<br />
<br />
Carlahttp://www.blogger.com/profile/03658003644611348355noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-260552465200488582.post-60757056786899270462011-08-28T23:03:00.000-03:002011-08-28T23:03:21.675-03:00A rotininha<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8g87kWYDG3w9eOATSiOHYC5emfU02H-XzAUQZXMEK_E8xsW6M06iny4L8UPfrveKQppjWh117fXZXUVlFU5cXs_mnMVxJ3UBsWZzpBnqTM3Xdhyphenhyphen6Uczas0IXdbiK_rTuLrQoxWq7DePs/s1600/rotina1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="281" width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8g87kWYDG3w9eOATSiOHYC5emfU02H-XzAUQZXMEK_E8xsW6M06iny4L8UPfrveKQppjWh117fXZXUVlFU5cXs_mnMVxJ3UBsWZzpBnqTM3Xdhyphenhyphen6Uczas0IXdbiK_rTuLrQoxWq7DePs/s320/rotina1.jpg" /></a></div>Ultimamente estou bem "rotininha"... aquela clássica "todo dia ela faz tudo sempre igual" é bem verdade nesse momento! Trabalho multiplicado por três, sem grandes aventuras ou descobertas, sem enxergar coisas inusitadas no meio dia nem me surpreender com as situações. Deixa estar, é um momento e logo passa.Carlahttp://www.blogger.com/profile/03658003644611348355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-260552465200488582.post-50082776123832593812011-08-16T13:19:00.000-03:002011-08-16T13:19:00.248-03:00O caos da ordem<b>Em Londres, estamos perante a denúncia violenta de modelo que tem recursos para resgatar bancos, mas não os tem para uma juventude sem esperança</b><br />
<br />
Os motins na Inglaterra são um perturbador sinal dos tempos. Está a ser gerado nas sociedades um combustível altamente inflamável que flui nos subterrâneos da vida coletiva sem que se dê conta.<br />
Esse combustível é constituído pela mistura de quatro componentes: a promoção conjunta da desigualdade social e do individualismo, a mercantilização da vida individual e coletiva, a prática do racismo em nome da tolerância, o sequestro da democracia por elites privilegiadas e a consequente transformação da política em administração do roubo "legal" dos cidadãos. Cada um dos componentes tem uma contradição interna.<br />
Quando elas se sobrepõem, qualquer incidente pode provocar uma explosão de proporções inimagináveis. Com o neoliberalismo, o aumento da desigualdade social deixou de ser um problema para passar a ser a solução.<br />
A ostentação dos ricos transformou-se em prova do êxito de um modelo social que só deixa na miséria a maioria dos cidadãos porque estes supostamente não se esforçam o suficiente para terem êxito.<br />
Isso só foi possível com a conversão do individualismo em valor absoluto, o qual, contraditoriamente, só pode ser vivido como utopia da igualdade, da possibilidade de todos dispensarem por igual a solidariedade social, quer como agentes dela, quer como seus beneficiários.<br />
Para o indivíduo assim construído, a desigualdade só é um problema quando lhe é adversa; quando isso sucede, nunca é reconhecida como merecida. Por outro lado, na sociedade de consumo, os objetos de consumo deixam de satisfazer necessidades para as criar incessantemente, e o investimento pessoal neles é tão intenso quando se têm como quando não se têm.<br />
Entre acreditar que o dinheiro medeia tudo e acreditar que tudo pode ser feito para obtê-lo vai um passo muito curto. Os poderosos dão esse passo todos os dias sem que nada lhes aconteça. Os despossuídos, que pensam que podem fazer o mesmo, acabam nas prisões.<br />
Os distúrbios na Inglaterra começaram com uma dimensão racial. São afloramentos da sociabilidade colonial que continua a dominar as nossas sociedades, muito tempo depois de terminar o colonialismo político. Um jovem negro das nossas cidades vive cotidianamente uma suspeição social que existe independentemente do que ele ou ela seja ou faça.<br />
Tal suspeição é tanto mais virulenta quando ocorre numa sociedade distraída pelas políticas oficiais da luta contra a discriminação e pela fachada do multiculturalismo.<br />
O que há de comum entre os distúrbios da Inglaterra e a destruição do bem-estar dos cidadãos provocada pelas políticas de austeridade comandadas por mercados financeiros? São sinais dos limites extremos da ordem democrática.<br />
Os jovens amotinados são criminosos, mas não estamos perante uma "criminalidade pura e simples", como afirmou o primeiro-ministro David Cameron.<br />
Estamos perante uma denúncia política violenta de um modelo social e político que tem recursos para resgatar bancos e não os tem para resgatar a juventude de uma vida sem esperança, do pesadelo de uma educação cada vez mais cara e mais irrelevante, dados o aumento do desemprego e o completo abandono em comunidades que as políticas públicas antissociais transformaram em campos de treino da raiva, da anomia e da revolta.<br />
Entre o poder neoliberal instalado e os amotinados urbanos há uma simetria assustadora. A indiferença social, a arrogância, a distribuição injusta dos sacrifícios estão a semear o caos, a violência e o medo, e os semeadores dirão amanhã, genuinamente ofendidos, que o que semearam nada tem a ver com o caos, a violência e o medo instalados nas ruas das nossas cidades.<br />
<br />
<br />
BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS, sociólogo português, é diretor do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (Portugal). É autor, entre outros livros, de "Para uma Revolução Democrática da Justiça" (Cortez, 2007).Carlahttp://www.blogger.com/profile/03658003644611348355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-260552465200488582.post-41940804908740082562011-07-25T11:37:00.000-03:002011-07-25T11:37:50.486-03:00Casa Arrumada - Carlos Drummond de Andrade<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGC30SfQeg5khxcctCc6ZWpjKCBWB7xWyMUzMBw9a4iPStiXLp1Ie9EhUFWQitSwNZq7Hl_9XlT-QIokfRsycO89XZXEvUSkpYv_m_tSk7VAaq9uej3jJxjPV3uPWeNDktksTWOJWGTZk/s1600/casa+bonita.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="240" width="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGC30SfQeg5khxcctCc6ZWpjKCBWB7xWyMUzMBw9a4iPStiXLp1Ie9EhUFWQitSwNZq7Hl_9XlT-QIokfRsycO89XZXEvUSkpYv_m_tSk7VAaq9uej3jJxjPV3uPWeNDktksTWOJWGTZk/s320/casa+bonita.jpg" /></a></div><br />
Casa arrumada é assim:<br />
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa<br />
entrada de luz.<br />
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um<br />
cenário de novela.<br />
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os<br />
móveis, afofando as almofadas...<br />
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:<br />
Aqui tem vida...<br />
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras<br />
e os enfeites brincam de trocar de lugar.<br />
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições<br />
fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.<br />
Sofá sem mancha?<br />
Tapete sem fio puxado?<br />
Mesa sem marca de copo?<br />
Tá na cara que é casa sem festa.<br />
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.<br />
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio<br />
da tarde.<br />
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,<br />
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...<br />
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.<br />
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...<br />
Netos, pros vizinhos...<br />
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca<br />
ou namora a qualquer hora do dia.<br />
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.<br />
Arrume a sua casa todos os dias...<br />
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...<br />
E reconhecer nela o seu lugar.Carlahttp://www.blogger.com/profile/03658003644611348355noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-260552465200488582.post-8382319208572264352011-07-24T23:12:00.000-03:002011-07-24T23:12:56.853-03:00Não sentir saudades<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjipmX0YyvnfMNuw0QxPP9_JesHrU3TjVGEzKXfqcgGwdlW7WSTPs-3x3JvD0H7qn369bh6fEarnxGjpfqQ2ZlyWF0wWrAmuM1gALQqhyphenhyphenM-OG13A6hmWltCGYbTk5hzLitS_dK51SbZzN4/s1600/bonita+foto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="214" width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjipmX0YyvnfMNuw0QxPP9_JesHrU3TjVGEzKXfqcgGwdlW7WSTPs-3x3JvD0H7qn369bh6fEarnxGjpfqQ2ZlyWF0wWrAmuM1gALQqhyphenhyphenM-OG13A6hmWltCGYbTk5hzLitS_dK51SbZzN4/s320/bonita+foto.jpg" /></a></div><br />
Falamos muito sobre sentir saudades, mas pouco falamos sobre a alegria de não sentir saudades de algumas coisas.<br />
Quando tomamos decisões e seguimos em frente, não sentimos saudades da angústia que vivemos no tempo anterior.<br />
Aliás... acho que não sentir saudades é um bom sinal para muitas coisas: fim de um relacionamento, novo emprego, mudança de cidade, e por aí vai. É bom saber que a missão foi cumprida, que estamos "zerados" como se diz. É bom olhar para a vida com gratidão por tudo o que foi e saber que estamos onde devemos estar!Carlahttp://www.blogger.com/profile/03658003644611348355noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-260552465200488582.post-86221477541882576392011-07-24T22:54:00.000-03:002011-07-24T22:54:13.541-03:00Grandes questões respondidas por Luís Fernando VeríssimoPra rir um pouco...<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjJ22qVPOeT9SBLDkighvh9Q7E7vdDmdMM4zn-ar7_l5KbmWE_kVf6oyfghFzL0IgdiSqFkde520CJlexNyDI_2oN3K_k7S1Ggm8OMENyk5CbVr4XmDcYleDsIE13eWz0-kWYWlRIMBNk/s1600/verissimo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="217" width="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjJ22qVPOeT9SBLDkighvh9Q7E7vdDmdMM4zn-ar7_l5KbmWE_kVf6oyfghFzL0IgdiSqFkde520CJlexNyDI_2oN3K_k7S1Ggm8OMENyk5CbVr4XmDcYleDsIE13eWz0-kWYWlRIMBNk/s320/verissimo.jpg" /></a></div><br />
Vida?<br />
A melhor coisa que eu conheço para passar o tempo. <br />
<br />
Morte? <br />
A última coisa que eu quero que me aconteça. <br />
<br />
Vida depois da morte?<br />
Dizem que tem, mas é só para debater esta.<br />
<br />
Reencarnação?<br />
Quero voltar como eu mesmo para não ter que tirar outro título de eleitor. <br />
<br />
A nossa insignificância diante do universo infinito? <br />
Chato, e o pior é quando a mulher nos lembra disso na frente das visitas… <br />
<br />
Ser ou não ser? <br />
Ser, é claro. Se bem que não ser tem algumas vantagens fiscais… <br />
<br />
A angústia existencial diante da transitoriedade de tudo?<br />
Isso passa…<br />
<br />
O cérebro humano está capacitado a responder a todos os enigmas da existência? <br />
Pode repetir a pergunta?<br />
<br />
Um sistema econômico voltado para as necessidades sociais e não dominado pela cupidez humana? <br />
Dependendo do cachê, eu apóio.<br />
<br />
O que é mais importante: a genética ou o meio? <br />
Depende. Se eu tivesse que escolher entre um nobre inglês criado por macacos ou um macaco criado por nobres ingleses para companheiro de dormitório, pediria um quarto separado. <br />
<br />
Existe um ser superior que dirige as nossas vidas? <br />
Existe, mas ninguém entende como ele passou no psicotécnico.<br />
<br />
Para onde caminha a humanidade? <br />
Não sei. Mas quando souber, vou para o outro lado…Carlahttp://www.blogger.com/profile/03658003644611348355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-260552465200488582.post-56871344217931017302011-07-24T22:30:00.000-03:002011-07-24T22:30:18.879-03:00Orgulho de mim<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXvkx87G9PGAOVMuscxTWDai3QNJczHrY8qj8B_yNhazwVv4B2mDteEVV8XCS6BhdBEX3V2CcB3r4Trak7t6exEZs9SxXtrozkEbWxsl36mB_EUt2Ge5LdmLBsHR5yMXuFKmhzjjZEckQ/s1600/sim_eu_posso_let.gif" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="57" width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXvkx87G9PGAOVMuscxTWDai3QNJczHrY8qj8B_yNhazwVv4B2mDteEVV8XCS6BhdBEX3V2CcB3r4Trak7t6exEZs9SxXtrozkEbWxsl36mB_EUt2Ge5LdmLBsHR5yMXuFKmhzjjZEckQ/s320/sim_eu_posso_let.gif" /></a></div><br />
Sinto orgulho de mim quando deixo espaço para as coisas boas permanecerem, quando freio a mania de julgar alguma coisa ou alguém, quando consigo "segurar a onda" de uma tendência natural a "tocar fogo" nas coisas por alguma razão que me irrite...<br />
Sinto orgulho de me ver amadurecendo e sendo mais feliz! Esse orgulho não é aquela arrogância de se achar melhor do que os outros, não. É um contentamento por perceber que estou aprendendo alguma coisa com a vida...!Carlahttp://www.blogger.com/profile/03658003644611348355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-260552465200488582.post-32295122705825310212011-07-17T23:54:00.000-03:002011-07-17T23:54:34.275-03:00Andar na mesma direção...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZeH1lDcS0TDlXCn5fkq-lUJLokXYqZMCm-BTJZw2cbQkyYJRqKazp3TcU5zBFRrMHSi04MHZ3aQtenFrAT5W49bggdPt1jdDNoDLL64TPyK4N8ZboFPi5Zt2oc6ZLemETofAo36Td8uM/s1600/caminho.JPG" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="239" width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZeH1lDcS0TDlXCn5fkq-lUJLokXYqZMCm-BTJZw2cbQkyYJRqKazp3TcU5zBFRrMHSi04MHZ3aQtenFrAT5W49bggdPt1jdDNoDLL64TPyK4N8ZboFPi5Zt2oc6ZLemETofAo36Td8uM/s320/caminho.JPG" /></a></div><br />
Assim vamos vivendo, um dia de cada vez, com a certeza de que estamos construindo um caminho forte, com companheirismo e amor!Carlahttp://www.blogger.com/profile/03658003644611348355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-260552465200488582.post-15619317757764774572011-06-19T23:28:00.000-03:002011-06-19T23:28:01.601-03:00Namastê *<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFNbAOi8xQBEi2ZcQipmOyA8fCdQsOL14a80FYQyV4yxFgx3_Eo08sCdTUrVULmxxgF3Nfh-ko3KEYglWHbCn5ZwaCZjdGhtQtgnubC6c-uy8WSXpAacnC_8gzGvnQcIg6gme2F-5Wapw/s1600/namaste.bmp" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="213" width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFNbAOi8xQBEi2ZcQipmOyA8fCdQsOL14a80FYQyV4yxFgx3_Eo08sCdTUrVULmxxgF3Nfh-ko3KEYglWHbCn5ZwaCZjdGhtQtgnubC6c-uy8WSXpAacnC_8gzGvnQcIg6gme2F-5Wapw/s320/namaste.bmp" /></a></div><br />
* NAMASTÊ = O Deus que há em mim saúda o Deus que há em você.Carlahttp://www.blogger.com/profile/03658003644611348355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-260552465200488582.post-44281312676664617122011-06-19T23:18:00.000-03:002011-06-19T23:18:49.270-03:00As contradições<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyvYJ4-XFuaBC57gzO7IRurle_uSLQ1z6KH1x4Ymk-_XAo3asBfj8J0jj2JgGWAsrw-Z8C3o3yzGuehBysGZ15AnzQbw-UGRmHU_DfCF-KzOdr9RZ0rfTnz-qbWlk5DLlvEZI7WzeTAQc/s1600/ROSERAIE%252520%25285%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="240" width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyvYJ4-XFuaBC57gzO7IRurle_uSLQ1z6KH1x4Ymk-_XAo3asBfj8J0jj2JgGWAsrw-Z8C3o3yzGuehBysGZ15AnzQbw-UGRmHU_DfCF-KzOdr9RZ0rfTnz-qbWlk5DLlvEZI7WzeTAQc/s320/ROSERAIE%252520%25285%2529.jpg" /></a></div><br />
Essa figura me inspira! Caminho delicioso, dá até pra sentir o cheiro das flores e a alegria de entrar em um lugar desses, colorido, alegre, suave, apaziguador...<br />
Quando a vida nos enche de contradições, talvez uma saída seja imaginar um lugar desses e nos reabastecermos de energia pra continuar...<br />
Num mundo de conflitos, extremos, desgastes e preocupações, como escapar? Talvez recorrendo às imagens que temos dentro de nós, imagens semelhantes a esse lugar belo e gostoso, um canto nosso para refazermos as forças e iniciarmos uma semana!Carlahttp://www.blogger.com/profile/03658003644611348355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-260552465200488582.post-42623753130969639172011-06-19T21:11:00.000-03:002011-06-19T21:11:21.720-03:00O enterro do "não consigo"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjodt4XFA3BAOGgb18BOW7zPuBI0dS7BDiwr0hnsXxUq_-32x9tb80jsGroTf5VuhyYUV3tG4eoW1vsMZjKIS1ACsK7naoXUlXE6y3UyD28cSG93SzyBEAOy294xdQWXfsUR6x7jT92ZY/s1600/nc1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="320" width="270" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjodt4XFA3BAOGgb18BOW7zPuBI0dS7BDiwr0hnsXxUq_-32x9tb80jsGroTf5VuhyYUV3tG4eoW1vsMZjKIS1ACsK7naoXUlXE6y3UyD28cSG93SzyBEAOy294xdQWXfsUR6x7jT92ZY/s320/nc1.jpg" /></a></div><br />
A turma da quarta série de Donna parecia-se com muitas outras que eu vira antes. <br />
Os alunos sentavam-se em cinco fileiras de seis carteiras. A mesa do professor era<br />
na frente, virada para os alunos. O quadro de avisos exibia trabalhos dos alunos. <br />
Em muitos aspectos, parecia uma sala de escola primária tipicamente tradicional.<br />
<br />
Mesmo assim, algo me pareceu diferente naquele primeiro dia em que entrei ali. Parecia haver uma corrente subterrânea de excitação.<br />
<br />
Donna era uma professora veterana de uma cidadezinha de Michigan, e faltavam apenas dois anos para sua aposentadoria. Além disso, era voluntária ativa num projeto municipal de desenvolvimento de equipes que eu organizara e auxiliara. O treinamento se concentrava em idéias artísticas de linguagens, capazes de estimular os alunos a se sentirem bem consigo mesmos e assumirem a responsabilidade sobre suas vidas.<br />
<br />
O trabalho de Donna era assistir às sessões de treinamento e implementar os conceitos apresentados. Meu trabalho era visitar as salas de aula e encorajar a implementação.<br />
<br />
Tomei um lugar vazio no fundo da sala e assisti. Todos os alunos estavam trabalhando numa tarefa, preenchendo uma folha de caderno com idéias e pensamentos.<br />
<br />
Uma aluna de dez anos, mais próxima de mim, estava enchendo a folha de "não consigos".<br />
"Não consigo chutar a bola de futebol além da segunda base."<br />
"Não consigo fazer divisões longas com mais de três números."<br />
"Não consigo fazer com que a Debbie goste de mim."<br />
<br />
Sua página já estava pela metade e ela não mostrava sinais de parar. <br />
Trabalhava com determinação e persistência. Caminhei pela fileira olhando <br />
as folhas dos alunos. <br />
Todos estavam escrevendo sentenças que descreviam o que não conseguiam fazer.<br />
"Não consigo fazer dez flexões."<br />
"Não consigo comer um biscoito só."<br />
<br />
A esta altura, a atividade despertara minha curiosidade, e assim decidi verificar com a professora o que estava acontecendo. Ao me aproximar dela, notei que ela também estava ocupada escrevendo. Achei melhor não interromper.<br />
"Não consigo trazer a mãe de John para uma reunião de professores."<br />
"Não consigo fazer com que minha filha abasteça o carro."<br />
"Não consigo fazer com que Allan use palavras em vez de murros."<br />
<br />
Frustado em meus esforços em determinar por que os alunos estavam trabalhando com negativas, em vez de escrever frases mais positivas, ou "eu consigo", <br />
voltei para o meu lugar e continuei minhas observações.<br />
<br />
Os estudantes escreveram por mais dez minutos. A maioria encheu sua página. Alguns começaram outra.<br />
- Terminem a página em que estiverem e não comecem outra, foram as instruções <br />
que Donna usou para assinalar o final da atividade.<br />
<br />
Os alunos foram então instruídos a dobrar suas folhas ao meio e trazê-las para a <br />
frente da classe.<br />
<br />
Quando os alunos chegaram à mesa da professora, depositaram as frases "não consigo" numa caixa de sapatos vazia. Quando as folhas de todos os alunos haviam sido recolhidas, Donna acrescentou as suas. Ela pôs a tampa na caixa, enfiou-a embaixo do braço e saiu pela porta, pelo corredor.<br />
<br />
Os alunos seguiram a professora. Eu segui os alunos.<br />
<br />
Na metade do corredor a procissão parou. Donna entrou na sala do zelador, remexeu um pouco e saiu com uma pá. Pá numa das mãos, caixa de sapatos na outra, Donna saiu para o pátio da escola, conduzindo os alunos até o canto mas distante do playground. Ali começaram a cavar.<br />
<br />
Iam enterrar seus "Não consigo"! A escavação levou mais de dez minutos, pois a maioria dos alunos queria sua vez. Quando o buraco chegou a cerca de um metro <br />
de profundidade, a escavação terminou. A caixa de "não consigos" foi depositada <br />
no fundo do buraco e rapidamente coberta de terra.<br />
<br />
Trinta e uma crianças de dez e onze anos permaneceram de pé, no local da <br />
sepultura recém cavada. Cada um tinha no mínimo uma página cheia de "não consigos" na caixa de sapatos um metro abaixo. E a professora também.<br />
<br />
Neste ponto, Donna anunciou: "Meninos e meninas, por favor dêem-se as mãos e baixem as cabeças." Os alunos obedeceram. Rapidamente, dando-se as mãos, formaram um círculo ao redor da sepultura. Baixaram as cabeças e esperaram. <br />
Donna proferiu os louvores.<br />
<br />
- Amigos, estamos hoje aqui reunidos para honrar a memória do ‘Não consigo’. Enquanto esteve conosco aqui na Terra, ele tocou as vidas de todos nós, de alguns mais do que de outros. Seu nome, infelizmente, foi mencionado em cada instituição pública, escolas, prefeituras, assembléias legislativas e, sim, até mesmo na Casa Branca. Providenciamos um local para o seu descanso final e uma lápide que contém seu epitáfio. Ele vive na memória de seus irmãos e irmãs<br />
<br />
‘Eu consigo’, ‘Eu Vou’ e ‘Eu vou imediatamente’. Estes não são tão conhecidos quanto seu famoso parente e certamente ainda não tão fortes e poderosos. Talvez algum dia, com sua ajuda, eles tenham uma importância ainda maior no mundo. Que ‘Não Consigo’ possa descansar em paz e que todos os presentes possam retomar suas vidas e ir em frente na sua ausência. Amém.<br />
<br />
Ao escutar as orações entendi que aqueles alunos jamais esqueceriam esse dia. <b>A atividade era simbólica, uma metáfora da vida.</b> Foi uma experiência direta que ficaria gravada no consciente e no inconsciente para sempre. <b>Escrever os "Não Consigos", enterrá-los e ouvir a oração.</b> Aquele havia sido um esforço maior da parte daquela professora. E ela ainda não terminara. Ao concluir a oração ela fez com que os alunos se virassem, encaminhou-os de volta à classe e promoveu uma festa.<br />
<br />
Eles celebraram a passagem de "Não Consigo" com biscoitos, pipoca e sucos de frutas. Como parte da celebração, Donna recortou uma grande lápide de papelão. Escreveu as palavras "Não Consigo" no topo, "Descanse em Paz" no centro e a data embaixo.<br />
<br />
A lápide de papel ficou pendurada na sala de aula de Donna durante o resto do ano. Nas raras ocasiões em que um aluno se esquecia e dizia "Não consigo", Donna simplesmente apontava o cartaz Descanse em Paz. O aluno então se lembrava que "Não Consigo" estava morto e reformulava a frase.<br />
<br />
Eu não era aluno de Donna. Ela era minha aluna. Ainda assim, naquele dia aprendi uma lição duradoura com ela. Agora, anos depois, sempre que ouço a frase "Não Consigo", vejo imagens daquele funeral da quarta série. Como os alunos, eu também me lembro de que "Não Consigo" está morto. <br />
<br />
<br />
Chick MoormanCarlahttp://www.blogger.com/profile/03658003644611348355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-260552465200488582.post-76918173941982551182011-06-17T10:44:00.000-03:002011-06-17T10:44:17.096-03:00Um pouco de culturaO texto é acadêmico, mas analisa muito bem como estamos presos à vida de controle. Vale a pena perder (ou ganhar?) uns minutos para refletir.<br />
Vejo tanta gente empolgada com a vida nas empresas e me pergunto se não percebem o quanto vão sendo amarradas por elas. Tá certo, ganhar dinheiro é bom, ter uma vida confortável quem não quer? Não quero ser hipócrita, mas não me animo com essa vida corporativa tão almejada por tanta gente.<br />
Nunca engoli esse lance de "alma da empresa", "somos uma família", blábláblá. Nunca repeti esse discurso, mesmo antes de ter entrado para a área acadêmica. Posso ter ficado mais crítica, mas já enxergava essas papagaiadas.<br />
Enfim, ninguém nos obriga a concordar, mas quero ver se alguém em sã consciência discorda de Deleuze.<br />
Boa leitura para quem estiver disposto!<br />
<br />
Abraços,<br />
<br />
Carla<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVgXJm4hNwe0DdIYRmmyiSQURDPJjMu9wqoFnh5J_T3z5fVkDWyeawsLi_vQXu8FyRvjPl30lTU8lGPPTN8WMyCuqgoZm4cY8eahKADm80qx6tHkLz8kclldwpCMA_NXIwXqp6zicNRRE/s1600/102_2539-cyborg02.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="320" width="214" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVgXJm4hNwe0DdIYRmmyiSQURDPJjMu9wqoFnh5J_T3z5fVkDWyeawsLi_vQXu8FyRvjPl30lTU8lGPPTN8WMyCuqgoZm4cY8eahKADm80qx6tHkLz8kclldwpCMA_NXIwXqp6zicNRRE/s320/102_2539-cyborg02.jpg" /></a></div><br />
<br />
POST-SCRIPTUM SOBRE AS SOCIEDADES DE CONTROLE<br />
Deleuze<br />
<br />
I. HISTÓRICO<br />
<br />
Foucault situou as sociedades disciplinares nos séculos XVIII e XIX; atingem seu<br />
apogeu no início do século XX. Elas procedem à organização dos grandes meios de<br />
confinamento. O indivíduo não cessa de passar de um espaço fechado a outro, cada<br />
um com suas leis: primeiro a família, depois a escola (“você não está mais na sua<br />
família”), depois a caserna (“você não está mais na escola”), depois a fábrica, de<br />
vez em quando o hospital, eventualmente a prisão, que é o meio de confinamento<br />
por excelência. É a prisão que serve de modelo analógico: a heroína de Europa 51<br />
pode exclamar, ao ver operários, “pensei estar vendo condenados...”. Foucault<br />
analisou muito bem o projeto ideal dos meios de confinamento, visível<br />
especialmente na fábrica: concentrar; distribuir no espaço; ordenar no tempo;<br />
compor no espaço-tempo uma força produtiva cujo efeito deve ser superior à soma<br />
das forças elementares. Mas o que Foucault também sabia era da brevidade deste<br />
modelo: ele sucedia às sociedades de soberania cujo objetivo e funções eram<br />
completamente diferentes (açambarcar, mais do que organizar a produção, decidir<br />
sobre a morte mais do que gerir a vida); a transição foi feita progressivamente, e<br />
Napoleão parece ter operado a grande conversão de uma sociedade à outra. Mas as<br />
disciplinas, por sua vez, também conheceriam uma crise, em favor de novas forças<br />
que se instalavam lentamente e que se precipitariam depois da Segunda Guerra<br />
mundial: sociedades disciplinares é o já não éramos mais, o que deixávamos de<br />
ser.<br />
Encontramo-nos numa crise generalizada de todos os meios de confinamento,<br />
prisão, hospital, fábrica, escola, família. A família é um “interior” em crise como<br />
qualquer outro interior, escolar, profissional etc. Os ministros competentes não<br />
param de anunciar reformas supostamente necessárias. Reformar a escola,<br />
reformar a indústria, o hospital, o exército, a prisão; mas todos sabem que essas<br />
instituições estão condenadas, num prazo mais ou menos longo. Trata-se apenas<br />
de gerir sua agonia e ocupar as pessoas, até a instalação das novas forças que se<br />
www.portalgens.com.br/filosofia 2<br />
anunciam. São as sociedades de controle que estão substituindo as sociedades<br />
disciplinares. “Controle” é o nome que Burroughs propõe para designar o novo<br />
monstro, e que Foucault reconhece como nosso futuro próximo. Paul Virilio também<br />
analisa sem parar as formas ultrapassadas de controle ao ar livre, que substituem<br />
as antigas disciplinas que operavam na duração de um sistema fechado. Não cabe<br />
invocar produções farmacêuticas extraordinárias, formações nucleares,<br />
manipulações genéticas, ainda que elas sejam destinadas a intervir no novo<br />
processo. Não se deve perguntar qual é o regime mais duro, ou o mais tolerável,<br />
pois é em cada um deles que se enfrentam as liberações e as sujeições. Por<br />
exemplo, na crise do hospital como meio de confinamento, a setorização, os<br />
hospitais-dia, o atendimento a domicílio puderam marcar de início novas<br />
liberdades, mas também passaram a integrar mecanismos de controle que<br />
rivalizam com os mais duros confinamentos. Não cabe temer ou esperar, mas<br />
buscar novas armas.<br />
II. LÓGICA<br />
Os diferentes internatos ou meios de confinamento pelos quais passa o indivíduo<br />
são variáveis independentes: supõe-se que a cada vez ele recomece do zero, e a<br />
linguagem comum a todos esses meios existe, mas é analógica. Ao passo que os<br />
diferentes modos de controle, os controlatos, são variações inseparáveis, formando<br />
um sistema de geometria variável cuja linguagem é numérica (o que não quer dizer<br />
necessariamente binária). Os confinamentos são moldes, distintas moldagens, mas<br />
os controles são uma modulação, como uma moldagem auto-deformante que<br />
mudasse continuamente, a cada instante, ou como uma peneira cujas malhas<br />
mudassem de um ponto a outro. Isto se vê claramente na questão dos salários: a<br />
fábrica era um corpo que levava suas forças internas a um ponto de equilíbrio, o<br />
mais alto possível para a produção, o mais baixo possível para os salários; mas<br />
numa sociedade de controle a empresa substituiu a fábrica, e a empresa é uma<br />
alma, um gás. Sem dúvida a fábrica já conhecia o sistema de prêmios mas a<br />
empresa se esforça mais profundamente em impor uma modulação para cada<br />
salário, num estado de perpétua metaestabilidade, que passa por desafios,<br />
concursos e colóquios extremamente cômicos. Se os jogos de televisão mais idiotas<br />
www.portalgens.com.br/filosofia 3<br />
têm tanto sucesso é porque exprimem adequadamente a situação de empresa. A<br />
fábrica constituía os indivíduos em um só corpo, para a dupla vantagem do<br />
patronato que vigiava cada elemento na massa, e dos sindicatos que mobilizavam<br />
uma massa de resistência; mas a empresa introduz o tempo todo uma rivalidade<br />
inexpiável como sã emulação, excelente motivação que contrapõe os indivíduos<br />
entre si e atravessa cada um, dividindo-o em si mesmo. O princípio modulador do<br />
“salário por mérito” tenta a própria Educação nacional: com efeito, assim como a<br />
empresa substitui a fábrica, a formação permanente tende a substituir a escola, e o<br />
controle contínuo substitui o exame. Este é o meio mais garantido de entregar a<br />
escola à empresa.<br />
Nas sociedades de disciplina não se parava de recomeçar (da escola à caserna, da<br />
caserna à fábrica), enquanto nas sociedades de controle nunca se termina nada, a<br />
empresa, a formação, o serviço sendo os estados metaestáveis e coexistentes de<br />
uma mesma modulação, como que de um deformador universal. Kafka, que já se<br />
instalava no cruzamento dos dois tipos de sociedade, descreveu em O processo as<br />
formas jurídicas mais temíveis: a quitação aparente das sociedades disciplinares<br />
(entre dois confinamentos), a moratória ilimitada das sociedades de controle (em<br />
variação contínua) são dois modos de vida jurídicos muito diferentes, e se nosso<br />
direito, ele mesmo em crise, hesita entre ambos, é porque saímos de um para<br />
entrar no outro. As sociedades disciplinares têm dois pólos: a assinatura que indica<br />
o indivíduo, e o número de matrícula que indica sua posição numa massa. É que as<br />
disciplinas nunca viram incompatibilidade entre os dois, e é ao mesmo tempo que o<br />
poder é massificante e individuante, isto é, constitui num corpo único aqueles sobre<br />
os quais se exerce, e molda a individualidade de cada membro do corpo (Foucault<br />
via a origem desse duplo cuidado no poder pastoral do sacerdote - o rebanho e<br />
cada um dos animais - mas o poder civil, por sua vez, iria converter-se em “pastor”<br />
laico por outros meios). Nas sociedades de controle, ao contrário, o essencial não é<br />
mais uma assinatura e nem um número, mas uma cifra: a cifra é uma senha, ao<br />
passo que as sociedades disciplinares são reguladas por palavras de ordem (tanto<br />
do ponto de vista da integração quanto da resistência). A linguagem numérica do<br />
controle é feita de cifras, que marcam o acesso à informação, ou a rejeição. Não se<br />
está mais diante do par massa-indivíduo. Os indivíduos tornaram-se “dividuais”,<br />
divisíveis, e as massas tornaram-se amostras, dados, mercados ou “bancos”. É o<br />
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dinheiro que talvez melhor exprima a distinção entre as duas sociedades, visto que<br />
a disciplina sempre se referiu a moedas cunhadas em ouro - que servia de medida<br />
padrão -, ao passo que o controle remete a trocas flutuantes, modulações que<br />
fazem intervir como cifra uma percentagem de diferentes amostras de moeda. A<br />
velha toupeira monetária é o animal dos meios de confinamento, mas a serpente o<br />
é das sociedades de controle. Passamos de um animal a outro, da toupeira à<br />
serpente, no regime em que vivemos, mas também na nossa maneira de viver e<br />
nas nossas relações com outrem. O homem da disciplina era um produtor<br />
descontínuo de energia, mas o homem do controle é antes ondulatório, funcionando<br />
em órbita, num feixe contínuo. Por toda parte o surf já substituiu os antigos<br />
esportes.<br />
É fácil fazer corresponder a cada sociedade certos tipos de máquina, não porque as<br />
máquinas sejam determinantes, mas porque elas exprimem as formas sociais<br />
capazes de lhes darem nascimento e utilizá-las. As antigas sociedades de soberania<br />
manejavam máquinas simples, alavancas, roldanas, relógios; mas as sociedades<br />
disciplinares recentes tinham por equipamento máquinas energéticas, com o perigo<br />
passivo da entropia e o perigo ativo da sabotagem; as sociedades de controle<br />
operam por máquinas de uma terceira espécie, máquinas de informática e<br />
computadores, cujo perigo passivo é a interferência, e o ativo a pirataria e a<br />
introdução de vírus. Não é uma evolução tecnológica sem ser, mais profundamente,<br />
uma mutação do capitalismo. É uma mutação já bem conhecida que pode ser<br />
resumida assim: o capitalismo do século XIX é de concentração, para a produção, e<br />
de propriedade. Por conseguinte, erige a fábrica como meio de confinamento, o<br />
capitalista sendo o proprietário dos meios de produção, mas também<br />
eventualmente proprietário de outros espaços concebidos por analogia (a casa<br />
familiar do operário, a escola). Quanto ao mercado, é conquistado ora por<br />
especialização, ora por colonização, ora por redução dos custos de produção. Mas<br />
atualmente o capitalismo não é mais dirigido para a produção, relegada com<br />
freqüência à periferia do Terceiro Mundo, mesmo sob as formas complexas do<br />
têxtil, da metalurgia ou do petróleo. É um capitalismo de sobre-produção. Não<br />
compra mais matéria-prima e já não vende produtos acabados: compra produtos<br />
acabados, ou monta peças destacadas. O que ele quer vender são serviços, e o que<br />
quer comprar são ações. Já não é um capitalismo dirigido para a produção, mas<br />
www.portalgens.com.br/filosofia 5<br />
para o produto, isto é, para a venda ou para o mercado. Por isso ele é<br />
essencialmente dispersivo, e a fábrica cedeu lugar à empresa. A família, a escola, o<br />
exército, a fábrica não são mais espaços analógicos distintos que convergem para<br />
um proprietário, Estado ou potência privada, mas são agora figuras cifradas,<br />
deformáveis e transformáveis, de uma mesma empresa que só tem gerentes. Até a<br />
arte abandonou os espaços fechados para entrar nos circuitos abertos do banco. As<br />
conquistas de mercado se fazem por tomada de controle e não mais por formação<br />
de disciplina, por fixação de cotações mais do que por redução de custos, por<br />
transformação do produto mais do que por especialização da produção. A corrupção<br />
ganha aí uma nova potência. O serviço de vendas tornou-se o centro ou a “alma”<br />
da empresa. Informam-nos que as empresas têm uma alma, o que é efetivamente<br />
a notícia mais terrificante do mundo. O marketing é agora o instrumento de<br />
controle social, e forma a raça impudente dos nossos senhores. O controle é de<br />
curto prazo e de rotação rápida, mas também contínuo e ilimitado, ao passo que a<br />
disciplina era de longa duração, infinita e descontínua. O homem não é mais o<br />
homem confinado, mas o homem endividado. É verdade que o capitalismo manteve<br />
como constante a extrema miséria de três quartos da humanidade, pobres demais<br />
para a dívida, numerosos demais para o confinamento: o controle não só terá que<br />
enfrentar a dissipação das fronteiras, mas também a explosão dos guetos e favelas.<br />
III. PROGRAMA<br />
Não há necessidade de ficção científica para se conceber um mecanismo de controle<br />
que dê, a cada instante, a posição de um elemento em espaço aberto, animal numa<br />
reserva, homem numa empresa (coleira eletrônica). Félix Guattari imaginou uma<br />
cidade onde cada um pudesse deixar seu apartamento, sua rua, seu bairro, graças<br />
a um cartão eletrônico (dividual) que abriria as barreiras; mas o cartão poderia<br />
também ser recusado em tal dia, ou entre tal e tal hora; o que conta não é a<br />
barreira, mas o computador que detecta a posição de cada um, lícita ou ilícita, e<br />
opera uma modulação universal.<br />
O estudo sócio-técnico dos mecanismos de controle, apreendidos em sua aurora,<br />
deveria ser categorial e descrever o que já está em vias de ser implantado no lugar<br />
dos meios de confinamento disciplinares, cuja crise todo mundo anuncia. Pode ser<br />
www.portalgens.com.br/filosofia 6<br />
que meios antigos, tomados de empréstimo às antigas sociedades de soberania,<br />
retornem à cena, mas devidamente adaptados. O que conta é que estamos no<br />
início de alguma coisa. No regime das prisões: a busca de penas “substitutivas”, ao<br />
menos para a pequena delinqüência, e a utilização de coleiras eletrônicas que<br />
obrigam o condenado a ficar em casa em certas horas. No regime das escolas: as<br />
formas de controle contínuo, avaliação contínua, e a ação da formação permanente<br />
sobre a escola, o abandono correspondente de qualquer pesquisa na Universidade,<br />
a introdução da “empresa” em todos os níveis de escolaridade. No regime dos<br />
hospitais: a nova medicina “sem médico nem doente”, que resgata doentes<br />
potenciais e sujeitos a risco, o que de modo algum demonstra um progresso em<br />
direção à individuação, como se diz, mas substitui o corpo individual ou numérico<br />
pela cifra de uma matéria “dividual” a ser controlada. No regime da empresa: as<br />
novas maneiras de tratar o dinheiro, os produtos e os homens, que já não passam<br />
pela antiga forma-fábrica. São exemplos frágeis, mas que permitiriam compreender<br />
melhor o que se entende por crise das instituições, isto é, a implantação<br />
progressiva e dispersa de um novo regime de dominação. Uma das questões mais<br />
importantes diria respeito à inaptidão dos sindicatos: ligados, por toda sua história,<br />
à luta contra disciplinas ou nos meios de confinamento, conseguirão adaptar-se ou<br />
cederão o lugar a novas formas de resistência contra as sociedades de controle?<br />
Será que já se pode apreender esboços dessas formas por vir, capazes de combater<br />
as alegrias do marketing? Muitos jovens pedem estranhamente para serem<br />
“motivados”, e solicitam novos estágios e formação permanente; cabe a eles<br />
descobrir a que estão sendo levados a servir, assim como seus antecessores<br />
descobriram, não sem dor, a finalidade das disciplinas. Os anéis de uma serpente<br />
são ainda mais complicados que os buracos de uma toupeira.<br />
<br />
Post-scriptum Sobre as Sociedades de Controle,<br />
in L´Autre Journal, nº 1, maio de 1990, e publicado em Conversações, 1972 – 1990 /<br />
Giles Deleuze; tradução de Peter Pal Pelbart. Rio de Janeiro : Ed 34, 1992Carlahttp://www.blogger.com/profile/03658003644611348355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-260552465200488582.post-84198473529458012612011-05-30T20:48:00.001-03:002011-05-30T20:49:07.690-03:00E o frio vem chegando!Tirem os casacos dos maleiros, preparem as canecas para os chás e chocolates, desenterrem as receitas da vovó e desenrolem as mantas e cobertores, pois o frio veio com tudo aqui no Sudeste!!!<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj308Iv34ekLQWCPq09k9F8fnRh0lk6cmbHxObKqWk5rPmwcHL2iat94lL45R53pa3ehYU3b6BuhileRRTG_MXgzb1bzD9_UhJKBhz_hXtg2utaAVwOnjdtiW97JMW2xUS3lznKJ7XsUfI/s1600/gatinhos-frio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="252" width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj308Iv34ekLQWCPq09k9F8fnRh0lk6cmbHxObKqWk5rPmwcHL2iat94lL45R53pa3ehYU3b6BuhileRRTG_MXgzb1bzD9_UhJKBhz_hXtg2utaAVwOnjdtiW97JMW2xUS3lznKJ7XsUfI/s320/gatinhos-frio.jpg" /></a></div>Carlahttp://www.blogger.com/profile/03658003644611348355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-260552465200488582.post-35049571820922561172011-05-21T21:18:00.000-03:002011-05-21T21:18:51.550-03:00Quem resiste?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzqdVNNQXrpbj5c9q3ClqFN-cnF0VSTKd8EOpQoHFxneVASuQg2tpSKnPMY4rL3j1TjzTDG1WDB4F8Lxx82ll8aDUeqTw_1FvM8s58VDSmUu3d_CgerWaVD3D9ovhVgxW-Iv32M3h-uIA/s1600/resiste.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="285" width="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzqdVNNQXrpbj5c9q3ClqFN-cnF0VSTKd8EOpQoHFxneVASuQg2tpSKnPMY4rL3j1TjzTDG1WDB4F8Lxx82ll8aDUeqTw_1FvM8s58VDSmUu3d_CgerWaVD3D9ovhVgxW-Iv32M3h-uIA/s400/resiste.jpg" /></a></div><br />
Quem resiste a esse olhar? Quem resiste a um sorrisão banguela de criança, à risada marota e safadinha, às traquinagens deliciosas num dia qualquer? (possivelmente quem ainda não tem filhos e pode admirar o lado lindo disso tudo...rs)Carlahttp://www.blogger.com/profile/03658003644611348355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-260552465200488582.post-42707889019178056572011-05-21T21:15:00.001-03:002011-05-21T21:15:58.190-03:00Amar em duas versões"Amar é admirar com o coração. <br />
Admirar é amar com o cérebro". <br />
(Theophile Gautier)<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjaRtTm82IBxT0LmGJ19-Xpip9BvNzWvj0-g9qSdQLAUEvMMkAuFw_FdO1cWXv59zR4wiRtbIvu4FTMo3vahFE3G2hMFQW3AWapbUKWL04hcfbWeIlFThwr5XuLOLY3_e7GcYazeT7AzU/s1600/inocencia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="326" width="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjaRtTm82IBxT0LmGJ19-Xpip9BvNzWvj0-g9qSdQLAUEvMMkAuFw_FdO1cWXv59zR4wiRtbIvu4FTMo3vahFE3G2hMFQW3AWapbUKWL04hcfbWeIlFThwr5XuLOLY3_e7GcYazeT7AzU/s400/inocencia.jpg" /></a></div>Carlahttp://www.blogger.com/profile/03658003644611348355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-260552465200488582.post-89080547570773935012011-05-21T20:52:00.000-03:002011-05-21T20:52:11.966-03:00Boa noite!Estou envolvida em tantas coisas que deixei de lado o blog por uns tempos! Mas estou voltando, aos poucos...<br />
Ultimamente tenho lido coisas diferentes e muito profundas... às vezes me dá vontade de uma bobagem qualquer, de rir e falar besteira, das coisas triviais e bobinhas da vida! <br />
Acho que é um movimento natural que a vida faz: procuramos coisas pra compensar quando estamos vivendo com intensidade um extremo.<br />
Sentimos falta do polo oposto, da sensação de completude, do equilíbrio talvez.<br />
Vim pra cá rir um pouco, contar causos, histórias e lorotas, brincar e ser feliz!<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuGgFOaK4aDtj1bQVXUPz3zBPEjMnF35m-AFeCnT2q__SrqtwDcYj946L-jFNfG4Fs31nakLUwxPnnyXFTPWSafU0qqs4LGLAfWN1PNJ4bFzkw6xIUE9ZAFFv0Qq7uArVk_eOEhDulNKU/s1600/felizz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="291" width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuGgFOaK4aDtj1bQVXUPz3zBPEjMnF35m-AFeCnT2q__SrqtwDcYj946L-jFNfG4Fs31nakLUwxPnnyXFTPWSafU0qqs4LGLAfWN1PNJ4bFzkw6xIUE9ZAFFv0Qq7uArVk_eOEhDulNKU/s400/felizz.jpg" /></a></div>Carlahttp://www.blogger.com/profile/03658003644611348355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-260552465200488582.post-82129888404467700272011-04-24T22:32:00.000-03:002011-04-24T22:32:52.586-03:00O retorno<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWrT38KyNdUylE4B7YfYj0NOUMauhzwPyFA0xrh3waNf-kQTM40M2crdOeeKjokwP3fqMnQ16ybi0BLtdKfIQ2URIpWkMOqZshokGZANvRl4EERcUcUBKVvbuOZRO-aWAY9VYiImCqWXA/s1600/ressaca.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="300" width="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWrT38KyNdUylE4B7YfYj0NOUMauhzwPyFA0xrh3waNf-kQTM40M2crdOeeKjokwP3fqMnQ16ybi0BLtdKfIQ2URIpWkMOqZshokGZANvRl4EERcUcUBKVvbuOZRO-aWAY9VYiImCqWXA/s400/ressaca.jpg" /></a></div><br />
"Ô vida boa..."<br />
<br />
Depois de uns dias de recesso... vamos retornar à vida normal!<br />
Que nos recuperemos das inhacas e das preguicites e voltemos à nossa rotina, pois nem só de folga vive o ser humano!<br />
Uma ótima semana a todos!Carlahttp://www.blogger.com/profile/03658003644611348355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-260552465200488582.post-76308268019610269732011-04-15T23:22:00.001-03:002011-04-15T23:23:46.276-03:00Estranho no meio do grupo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-39ayGn1VehYlu0Nf-msw6v0S2nBR4YQ3_fDI9JLcKj2T8tqyJBK4kELPy5q5TepbnRCs_p9XB6M4I45UAzrO53bveheGjicrSSshToZ6Hz3sXbDvcG82Fu18daR6Nhf2FaND4m5gllM/s1600/Estranho+no+ninho.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="256" width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-39ayGn1VehYlu0Nf-msw6v0S2nBR4YQ3_fDI9JLcKj2T8tqyJBK4kELPy5q5TepbnRCs_p9XB6M4I45UAzrO53bveheGjicrSSshToZ6Hz3sXbDvcG82Fu18daR6Nhf2FaND4m5gllM/s320/Estranho+no+ninho.jpg" /></a></div><br />
Hoje estou assim, sentindo-me uma estranha no meio de um grupo, correndo pra entender algumas linguagens, buscando pontos em comum, tentando compreender uma forma de expressão bem diferente daquela que eu estava acostumada. É estranho porque no meio dessa nova forma de visão e expressão eu sinto coisas em comum, ao mesmo tempo em que tudo isso me causa um forte estranhamento... tô me sentindo como o pintinho amarelo aí, literalmente "correndo atrás" de um grupo que tem vida própria. Este pintinho sou eu no meu novo mundo profissional... uma estranha que, ainda que encontre semelhanças e muita afinidade, não sabe, ainda, como se expressar em seu novo lugar.Carlahttp://www.blogger.com/profile/03658003644611348355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-260552465200488582.post-71798394850091485582011-04-09T17:50:00.000-03:002011-04-09T17:50:09.588-03:00Teresa e ChicoTeresa de Calcutá, Chico do Brasil... <br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvGrGNyz2MqM_BpYOufhOCTRZsLWSH9ZRTehddnJf73qPLjY3tfjO5tCzmlWQ7S4Hg9dX5vxikRdIrdRcF6lJnF2BeF3tDQf7NOQwuz-cRhXS1_572Z5UDaLa3Nr-LjsMwsb3ltyoy2pw/s1600/chico%252Bxavier.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="320" width="277" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvGrGNyz2MqM_BpYOufhOCTRZsLWSH9ZRTehddnJf73qPLjY3tfjO5tCzmlWQ7S4Hg9dX5vxikRdIrdRcF6lJnF2BeF3tDQf7NOQwuz-cRhXS1_572Z5UDaLa3Nr-LjsMwsb3ltyoy2pw/s320/chico%252Bxavier.jpg" /></a></div><br />
<br />
Com este título, lemos excelente artigo que nos remeteu a recordações do grande papel desempenhado, no mundo, por Madre Teresa de Calcutá e o médium mineiro Francisco Cândido Xavier.<br />
<br />
Ambos nasceram no ano de 1910. Ela, Teresa, na Albânia. Ele, Chico, em Pedro Leopoldo , Minas Gerais.<br />
<br />
Ela, católica. Ele, espírita. No entanto, portavam-se um e outro como verdadeiros integrantes da família universal.<br />
<br />
Tinham muito mais em comum do que apenas o ano de nascimento.<br />
<br />
Seu mestre era o mesmo, Jesus. Tinham o mesmo sobrenome, amor. Nasceram com o mesmo objetivo, servir. Ela foi laureada com o Prêmio Nobel da Paz. Ele viveu pacificamente toda a vida.<br />
<br />
Teresa de Calcutá viveu para os menos favorecidos. Queria ser pobre. Nunca conseguiu.<br />
<br />
Seu coração transbordava riquezas: a nobreza da generosidade, as pérolas da fraternidade, os diamantes da solidariedade.<br />
<br />
Ela dizia, em toda a sua simplicidade, que a felicidade humana é impossível de ser mensurada.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguw5TFH9O01fDTcoyrlbeqhcc1t4V8plrc9W7ln5g-j6V7KDW3znvdCToM5u8_PF-t1pbzVMy-GJLlhfMG5370hKnqOgWYOneD0yH8KxWozyjHpRZWMpxE7BRYoZgipbVm8YpjDvXaDtA/s1600/MadreTeresa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="320" width="226" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguw5TFH9O01fDTcoyrlbeqhcc1t4V8plrc9W7ln5g-j6V7KDW3znvdCToM5u8_PF-t1pbzVMy-GJLlhfMG5370hKnqOgWYOneD0yH8KxWozyjHpRZWMpxE7BRYoZgipbVm8YpjDvXaDtA/s320/MadreTeresa.jpg" /></a></div><br />
<br />
Como controlar em planilhas estatísticas a felicidade de um faminto que encontra o alimento?<br />
<br />
Ela tinha razão. Impossível mensurar a felicidade humana. Por isso, trabalhava sem estatísticas, mas em prol da felicidade e dignidade de seus irmãos de caminhada.<br />
<br />
Chico Xavier, do Brasil, o mineiro do século, também queria ser pobre, sem sucesso.<br />
<br />
Doou os direitos autorais de seus mais de quatrocentos livros psicografados, que venderam e continuam a vender milhares de exemplares em todo o mundo.<br />
<br />
Poderia ter tido polpuda conta bancária. Preferiu a simplicidade. Mas, nunca foi pobre. Sua vida foi repleta de amigos dos dois planos da vida.<br />
<br />
Chico era e será, onde estiver, um milionário, um magnata das letras, um ícone da humildade, um pobre das moedas, mas rico de amor...<br />
<br />
Narram que quem se aproximava de Madre Teresa de Calcutá não conseguia conter a emoção, devido à irradiação de sua serenidade e sua intensa energia espiritual.<br />
<br />
Aqueles que conviveram com Chico afirmam que sua presença iluminava, acalmava, tranquilizava.<br />
<br />
Chico e Teresa. Teresa e Chico. Parece que falamos de amigos: Olá, Teresa! Bom dia, Chico!<br />
<br />
Mesmo os que não os conhecemos pessoalmente os sentimos como amigos.<br />
<br />
Falar de suas conquistas, realizações e aventuras é como falar a respeito de amigos, porque entre amigos não há barreiras, inquietações, constrangimentos.<br />
<br />
Teresa e Chico eram amigos do mundo, dos ricos, dos pobres, dos brasileiros, indianos, nigerianos, amigos de todos...<br />
<br />
Teresa, de Calcutá e Chico, do Brasil deixaram marcas inesquecíveis e indeléveis. Ambos praticavam o amor.<br />
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O convite que nos deixaram é de, dentro de nossas possibilidades, vivermos como eles, servindo e amando para a construção de um mundo mais justo e fraterno.<br />
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Pensemos nisso!<br />
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Redação do Momento Espírita com base no artigo Teresa de <br />
Calcutá, Chico do Brasil, de autoria de Wellington Balbo,<br />
de Bauru/SP, publicado na Revista Espírita bimestral <br />
da Comunhão Espírita Cristã de Lisboa,<br />
Portugal, de maio/junho/2009.Carlahttp://www.blogger.com/profile/03658003644611348355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-260552465200488582.post-31361296221777140102011-04-09T10:27:00.000-03:002011-04-09T10:27:01.958-03:00Você conhece bem as pessoas?Dizem que não nos conhecemos bem, que dirá conhecer bem os outros.<br />
Pessoas nos surpreendem positiva e negativamente porque alimentamos altas expectativas em relação a elas. Julgamos a partir de nossa ótica e, quando o outro não corresponde àquilo que imaginávamos, ficamos frustrados.<br />
Quanto maior a idealização, maior a expectativa e, geralmente, maior o tombo. Não sei se é possível viver sem algum tipo de expectativa, afinal, somos seres de sonhos e vontades, mas o exercício do desapego ajuda a não nos surpreendermos negativamente com os outros. Viver <i>de vez em quando </i>na forma de expectador ajuda a sermos mais realistas na vida.Carlahttp://www.blogger.com/profile/03658003644611348355noreply@blogger.com0