segunda-feira, 25 de julho de 2011

Casa Arrumada - Carlos Drummond de Andrade


Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa
entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um
cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os
móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras
e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições
fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio
da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca
ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.

domingo, 24 de julho de 2011

Não sentir saudades


Falamos muito sobre sentir saudades, mas pouco falamos sobre a alegria de não sentir saudades de algumas coisas.
Quando tomamos decisões e seguimos em frente, não sentimos saudades da angústia que vivemos no tempo anterior.
Aliás... acho que não sentir saudades é um bom sinal para muitas coisas: fim de um relacionamento, novo emprego, mudança de cidade, e por aí vai. É bom saber que a missão foi cumprida, que estamos "zerados" como se diz. É bom olhar para a vida com gratidão por tudo o que foi e saber que estamos onde devemos estar!

Grandes questões respondidas por Luís Fernando Veríssimo

Pra rir um pouco...


Vida?
A melhor coisa que eu conheço para passar o tempo.

Morte?
A última coisa que eu quero que me aconteça.

Vida depois da morte?
Dizem que tem, mas é só para debater esta.

Reencarnação?
Quero voltar como eu mesmo para não ter que tirar outro título de eleitor.

A nossa insignificância diante do universo infinito?
Chato, e o pior é quando a mulher nos lembra disso na frente das visitas…

Ser ou não ser?
Ser, é claro. Se bem que não ser tem algumas vantagens fiscais…

A angústia existencial diante da transitoriedade de tudo?
Isso passa…

O cérebro humano está capacitado a responder a todos os enigmas da existência?
Pode repetir a pergunta?

Um sistema econômico voltado para as necessidades sociais e não dominado pela cupidez humana?
Dependendo do cachê, eu apóio.

O que é mais importante: a genética ou o meio?
Depende. Se eu tivesse que escolher entre um nobre inglês criado por macacos ou um macaco criado por nobres ingleses para companheiro de dormitório, pediria um quarto separado.

Existe um ser superior que dirige as nossas vidas?
Existe, mas ninguém entende como ele passou no psicotécnico.

Para onde caminha a humanidade?
Não sei. Mas quando souber, vou para o outro lado…

Orgulho de mim


Sinto orgulho de mim quando deixo espaço para as coisas boas permanecerem, quando freio a mania de julgar alguma coisa ou alguém, quando consigo "segurar a onda" de uma tendência natural a "tocar fogo" nas coisas por alguma razão que me irrite...
Sinto orgulho de me ver amadurecendo e sendo mais feliz! Esse orgulho não é aquela arrogância de se achar melhor do que os outros, não. É um contentamento por perceber que estou aprendendo alguma coisa com a vida...!

domingo, 17 de julho de 2011

Andar na mesma direção...


Assim vamos vivendo, um dia de cada vez, com a certeza de que estamos construindo um caminho forte, com companheirismo e amor!