Finados

Data para relembrar os mortos. Eu particularmente não gosto da morbidade, não. Gosto da homenagem, não para endeusar as pessoas que se foram, mas para lembrar de seus encantos, de sua força, de sua alegria, de sua companhia. Embora não seja possível tirar a nostalgia que surge quando lembramos dos nossos queridos que não estão mais neste plano, acho que é possível tirar o peso da tristeza e da angústia dos momentos da morte.
Sabemos que todos nós passaremos por ela - a morte - e por mais que peçamos a Deus para que seja suportável, não sabemos o que nos espera. Mesmo aqueles que comem direito, praticam esportes e não fumam podem ter uma morte sofrida do ponto de vista físico e emocional. Somos muito pequenos e nossa visão é estreita. Não adianta pensar na morbidade. Creio que é melhor pensarmos na vida, no que precisamos fazer por nossa vida, por nossas escolhas e pelo mundo onde vivemos.
O tempo urge. O que estamos fazendo hoje de que nos orgulharíamos se morrêssemos amanhã? Nossa, essa pergunta ecoa em mim...
Em meio aos pensamentos e lembranças de quem está longe fisicamente de mim, mas muito perto do meu coração, algo me conforta ao acreditar que essa separação é breve e que nos encontraremos logo mais. Porém, cada um de nós responderá por seus atos.
Enquanto esse momento não vem, façamos uma breve e singela oração, agradecendo pela proteção de Deus e pela companhia sempre calorosa e confortante de nossos queridos.
Que cada um possa sentir-se bem consigo mesmo, com suas escolhas, fazendo o bem para os demais e plantando um ambiente de harmonia e serenidade.
Isso é contraditório com o mundo em que vivemos... mas acho que a maior dádiva que alguém pode conseguir é sentir-se em paz diante de guerras e confrontos, seja nos campos de batalha literalmente ou nas empresas, nas escolas, nas famílias...
O mundo dos mortos pode nos ensinar muito sobre o que podemos fazer enquanto estamos vivos, pois todos nós responderemos por nossos atos.
"A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória!"