sexta-feira, 27 de agosto de 2010

27 de agosto - dia do Psicólogo

Hoje comemoramos a data de regulamentação da profissão no Brasil, desde 1962.
É uma profissão reconhecida há pouco tempo, uma menina...
Ouvimos muito a seu respeito, especialmente porque todas as pessoas acreditam serem "um pouco psicólogas".
O que muitos não sabem é que há formação, teorias, técnicas e ferramentas para o exercício da profissão.
Atuamos a serviço do desenvolvimento das pessoas, não "dando conselhos", mas procurando promover autoconhecimento, compreensão e tomada de atitudes, seja no âmbito clínico, organizacional, escolar, hospitalar, entre outros.
O mundo tem sofrido muitas transformações em todas as esferas - social, política, econômica - refletindo-se no aspecto privado.
Não há uma única pessoa que não sofra algum tipo de questionamento ou angústia diante deste mundo mutante.
A falta de referências sobre o que é "certo", adequado, "normal", é um dos motivos para tanta angústia.
Ser humano é viver o conflito da escolha, da responsabilidade por ser você mesmo, assumindo ganhos e perdas.
É saber que os conflitos são eternos e que o melhor a fazer é aprender a lidar com eles.
A Psicologia, para muitos, é um enigma, um conjunto de termos técnicos que se distanciam da realidade prática. Ser psicólogo é saber falar, explicar tudo, ter resposta para todos os males da civilização?
Engano!
Levamos tempo para saber que ser psicólogo é tentar estar mais perto de outro ser humano, respeitando a sua humanidade e ajudando-o a encontrar sentido em suas escolhas.
Jorge Forbes diz que terapia hoje em dia está mais relacionada com decisões do que com conhecimento. Decidir, dentre tantas opções, é muito difícil.
Casar? Ter filhos? Mudar de emprego? Sair de uma relação? Mudar de casa? Mudar de cidade? Buscar tratamento? Não são apenas estas perguntas, mas outras mais complexas:
o modelo de casamento que tenho (das gerações anteriores) servirá para mim? O modelo de trabalho das gerações anteriores dá sempre certo? Ter filhos é sempre realizador? Ou há gente que encontra realização de outra forma? Instinto e aprendizado, cultura e privado, consciência e devaneio... tudo isso é humano.
Somos produto de uma cultura que estraçalha mentes e corações. Nossa sociedade produz doentes e nós tentamos nos ajudar a viver com menos estranheza, mais verdade, mais autoaceitação, amor e aceitação ao outro. É pretensão de psicólogo? Acho que sim. Somos pretensiosos. Mas se perdermos o entusiasmo e a vontade de mudar, o que vai nos restar?

"Alegria do pecado às vezes toma conta de mim
E é tão bom não ser divina
Me cobrir de humanidade me fascina
E me aproxima do céu

E eu gosto de estar na terra cada vez mais
Minha boca se abre e espera
O direito ainda que profano
Do mundo ser sempre mais humano

Perfeição demais me agita os instintos
Quem se diz muito perfeito
Na certa encontrou um jeito insosso
Pra não ser de carne e osso, pra não ser carne e osso"

(Zélia Duncan - Carne e Osso)


Aos amigos e simpatizantes da Psicologia, um grande abraço!

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