segunda-feira, 1 de junho de 2009

Reflexão


Diante do desaparecimento do avião 447 da Air France que partia do Rio de Janeiro na noite de ontem, com destino a Paris, uma pergunta intrigante, cuja resposta não se sabe, é: será pior constatar uma tragédia ou ter que lidar com um desaparecimento?
Há milhares de mães que "perderam" seus filhos em guerras, outras tantas mães diariamente "perdem" seus filhos por aí, pessoas que dizem "até logo" e nunca mais voltam... Como lidar com esse "desaparecimento"?
Meu ponto aqui é o seguinte: que a dor da perda é incalculável para o "perdedor", isso ninguém discute. Mas fico imaginando como será simplesmente "deixar de ver", nunca mais ter notícias de alguém importante, parte de sua vida?
A sensação deve ser quase de enlouquecer. O fio de esperança que resta, com o passar das horas e dos dias, vai consumindo o corpo, enquanto a alma deve estar se perguntando: para onde foi? Como ficou? O que será que sentiu?
Longe de querer explicar, estou apenas e humildemente tentando me colocar mais próxima desta realidade...
Já perdi pessoas muito amadas por problemas de saúde, alguns repentinamente mas a maioria não (não sei se posso dizer, felizmente...). Houve um tempo para a despedida. Ainda que extremamente triste, mas ao menos temos condições de nos prepararmos. Mas um desaparecimento é intrigante, e por isso mesmo, creio que deve deixar qualquer um doido...
Nos colocamos em posição de reflexão e, se assim podemos dizer, compaixão pela dor alheia. A vulnerabilidade diante da perda é um dos maiores pontos que nos aproxima uns dos outros, nos une diante do inevitável poder da morte. Mesmo crendo que a vida continua... não posso deixar de expressar minha limitação humana... que DEUS console a todos os envolvidos neste "possível" acidente. Que haja muito amor, compreensão e carinho para enxugar suas lágrimas e envolver seus corpos em abraços calorosos, procurando resgatar o aconchego do Pai...

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